Amanhã é dezembro...
Esse ano passou rápido, não?
domingo, 30 de novembro de 2003
domingo, 23 de novembro de 2003
Me acostumei com você...
Já tinha me acostumado nesses dois meses em que madruguei às 6:00 am a tentar atenuar o mau humor ouvindo o Nova Manhã da Nova Brasil FM.
Nessa semana, misteriosamente o programa sumiu...
Já tinha me acostumado nesses dois meses em que madruguei às 6:00 am a tentar atenuar o mau humor ouvindo o Nova Manhã da Nova Brasil FM.
Nessa semana, misteriosamente o programa sumiu...
Remédio
Quem me conhece sabe que o riso é uma das minhas principais características.
Pois nesse final de semana, ele esteve mais do que solto, enquanto assistia a estréia do Casseta no cinema.
Recomendadíssimo.
Além do bom-humor, um achado do filme é a trilha-sonora, em que Marisa Monte mostra que é das intérpretes capazes de emocionar até com Atirei o pau no gato, ao regravar a breguíssima Esqueça.
Pois nesse final de semana, ele esteve mais do que solto, enquanto assistia a estréia do Casseta no cinema.
Recomendadíssimo.
Além do bom-humor, um achado do filme é a trilha-sonora, em que Marisa Monte mostra que é das intérpretes capazes de emocionar até com Atirei o pau no gato, ao regravar a breguíssima Esqueça.
domingo, 16 de novembro de 2003
sábado, 15 de novembro de 2003
domingo, 9 de novembro de 2003
Quinta Feira - Noite
Semana Infernal. Briguei com a diretora.
Briguei com o resgate.
Briguei com acompanhantes de pacientes.
Me estressei, me cobrei mais 1000 vezes.
Chego em casa. 08 da noite.
Exausto.
Telefone toca.
Minha vó, de Goiânia.
"Oi, meu nêgo. Que saudade!"
"Liguei porque tava vendo as notícias e fiquei preocupada com você."
"Vi esse negócio do PCC aí em São Paulo."
"Tá tudo bem com você?"
"Tome cuidado! Se ouvir algum barulho, fique dentro do hospital, tá bom?"
"Fica com Deus!"
"Seu vô tá mandando um abraço."
Desliguei o telefone.
E...
Buáááááááááá!
Fazia tempo que eu não chorava tanto.
Semana Infernal. Briguei com a diretora.
Briguei com o resgate.
Briguei com acompanhantes de pacientes.
Me estressei, me cobrei mais 1000 vezes.
Chego em casa. 08 da noite.
Exausto.
Telefone toca.
Minha vó, de Goiânia.
"Oi, meu nêgo. Que saudade!"
"Liguei porque tava vendo as notícias e fiquei preocupada com você."
"Vi esse negócio do PCC aí em São Paulo."
"Tá tudo bem com você?"
"Tome cuidado! Se ouvir algum barulho, fique dentro do hospital, tá bom?"
"Fica com Deus!"
"Seu vô tá mandando um abraço."
Desliguei o telefone.
E...
Buáááááááááá!
Fazia tempo que eu não chorava tanto.
Futilidade Pública
Ancorada no sucesso da versão americana com os Osbournes, a MTV brasileira apostou na mesma fórmula utilizando-se de artistas nacionais.
O funcionário João Gordo foi o primeiro a encarar as câmeras da emissora bisbilhotando sua vida particular. Assisti alguns trechos.
Na segunda tentativa, o resultado não podia ser mais constragedor.
A convidada era a cantora (?) Wanessa Camargo. O espectador se viu em frente aos dilemas da vida de Wanessa: gravar um DVD, ser acometida por um súbito desejo de comer um brigadeiro de panela na madrugada, ser acometida por um desejo súbito de assistir ao show da Alanis e em 15 minutos tentar uma vaga na ponte aérea, ser mimada pelos seus empregados, três seguranças. E depois de tudo isso: dormir. Afinal, como isso cansa! Pobre menina. Ainda mostrou a mansão da família todinha. Algo no limite entre o mau-gosto e a ostentação. A partitura de "É o Amor" transcrita nas paredes. A irmã ganhando um Audi zerinho no aniversário de 18 anos.
Em meio a tudo isso, e a umas férias na Disney, Wanessa estava estafada, cansada, dessa "loucura". Ai que loucura, diria a filósofa.
Certa de sua penúria, Wanessa entrou no seu ônibus. Tinha que fazer um show. Nem ela bem sabia aonde.
E aí ela entoou: "Lerê, Lerê", certa de ser uma Escrava Isaura versão 2003.
Nem queiram saber a vontade que eu tenho de botá-la no tronco.
Ancorada no sucesso da versão americana com os Osbournes, a MTV brasileira apostou na mesma fórmula utilizando-se de artistas nacionais.
O funcionário João Gordo foi o primeiro a encarar as câmeras da emissora bisbilhotando sua vida particular. Assisti alguns trechos.
Na segunda tentativa, o resultado não podia ser mais constragedor.
A convidada era a cantora (?) Wanessa Camargo. O espectador se viu em frente aos dilemas da vida de Wanessa: gravar um DVD, ser acometida por um súbito desejo de comer um brigadeiro de panela na madrugada, ser acometida por um desejo súbito de assistir ao show da Alanis e em 15 minutos tentar uma vaga na ponte aérea, ser mimada pelos seus empregados, três seguranças. E depois de tudo isso: dormir. Afinal, como isso cansa! Pobre menina. Ainda mostrou a mansão da família todinha. Algo no limite entre o mau-gosto e a ostentação. A partitura de "É o Amor" transcrita nas paredes. A irmã ganhando um Audi zerinho no aniversário de 18 anos.
Em meio a tudo isso, e a umas férias na Disney, Wanessa estava estafada, cansada, dessa "loucura". Ai que loucura, diria a filósofa.
Certa de sua penúria, Wanessa entrou no seu ônibus. Tinha que fazer um show. Nem ela bem sabia aonde.
E aí ela entoou: "Lerê, Lerê", certa de ser uma Escrava Isaura versão 2003.
Nem queiram saber a vontade que eu tenho de botá-la no tronco.
Guia da felicidade
[por Fernando Bonassi]
Sentar calmamente para tomar cafezinho. Abrir livros e jornais para tomar conhecimento. Levantar imediatamente para observar calcanhares, batatas da perna, joelhos, coxas, ancas (a musculatura em movimento, se expandindo e se retesando, diz muito do caráter de uma mulher). Não ter medo de dar. Não ter vergonha de receber. Pedir, se for o caso. Negar, se necessário. Não esquecer que todo o corpo humano também é um fenômeno erótico. Fumar menos. Cantar mais. Sentir mais cheiros. Bocejar. Espreguiçar. Esquecer. Lembrar. Jantar fora, ainda que isso signifique apenas pôr a mesa no quintal. Reparar. Tomar banho. Tomar jeito. Desajeitar. Fazer massagem. Fazer piquenique. Fazer sacanagem. Cozinhar com temperos inéditos. Usar mais pimenta nas coisas todas. Compatibilizar perdas e ganhos. Planejar. Perceber. Cultivar a lucidez, a loucura e a nudez. Dormir bem. Pensar bem. Vestir-se bem. Despir-se bem. Brincar de médico. Escrever cartas, telegramas, e-mails, enfim, estar em contato. Encostar-se. Aninhar-se. Viajar.
Ir ao encontro do que quer que seja sem idéias preconcebidas. Colher frutas. Estar acordado ao amanhecer pelo menos umas 15 vezes. Dar-se direitos. Ter compromissos. Ter intimidades. Ter respeito. Exercitar-se. Arriscar-se. Organizar-se. Morder a maçã. Mudar os móveis de lugar. Mudar de lugar. Melhorar a digestão. Levar o carro pra revisão. Esperar outro ônibus. Admirar a diferença. Estabelecer alguma igualdade. Sexualizar a política. Politizar a sexualidade. Reciclar lixo. Respirar. Provocar. Enfrentar-se. Expor-se. Cuidar-se. Rever certezas. Procurar clareza. Dizer a verdade. Mentir com classe. Respirar. Sair antes de casa para não correr na rua. Fazer xixi dentro da privada. Fazer xixi na beira da estrada. Afagar calcinhas penduradas nos banheiros. Afagar calcinhas penduradas nos corpos. Respirar. Fazer bolinho de chuva. Beber água potável. Usar a língua. Usar a imaginação. Sentir, buscar entender a natureza dos ciclos dos nossos estados de espírito. Desenhar. Pregar botões. Tocar os seios (razões médicas e eróticas são igualmente importantes). Respirar. Abrir, pegar, chacoalhar, beijar. Chupar picolé. Chupar pescoço. Chupar limão. Morrer de rir. Chorar com vontade. Confortar os aflitos.
Desconfortar os acomodados. Desavergonhar-se do que é humano. Criar seres vivos. Jamais gozar com o mérito alheio. Ter consciência dos próprios méritos. Ter noção das impossibilidades. Lembrar que o tempo passa e que há tempo para tudo.
Na Revista da Folha
[por Fernando Bonassi]
Sentar calmamente para tomar cafezinho. Abrir livros e jornais para tomar conhecimento. Levantar imediatamente para observar calcanhares, batatas da perna, joelhos, coxas, ancas (a musculatura em movimento, se expandindo e se retesando, diz muito do caráter de uma mulher). Não ter medo de dar. Não ter vergonha de receber. Pedir, se for o caso. Negar, se necessário. Não esquecer que todo o corpo humano também é um fenômeno erótico. Fumar menos. Cantar mais. Sentir mais cheiros. Bocejar. Espreguiçar. Esquecer. Lembrar. Jantar fora, ainda que isso signifique apenas pôr a mesa no quintal. Reparar. Tomar banho. Tomar jeito. Desajeitar. Fazer massagem. Fazer piquenique. Fazer sacanagem. Cozinhar com temperos inéditos. Usar mais pimenta nas coisas todas. Compatibilizar perdas e ganhos. Planejar. Perceber. Cultivar a lucidez, a loucura e a nudez. Dormir bem. Pensar bem. Vestir-se bem. Despir-se bem. Brincar de médico. Escrever cartas, telegramas, e-mails, enfim, estar em contato. Encostar-se. Aninhar-se. Viajar.
Ir ao encontro do que quer que seja sem idéias preconcebidas. Colher frutas. Estar acordado ao amanhecer pelo menos umas 15 vezes. Dar-se direitos. Ter compromissos. Ter intimidades. Ter respeito. Exercitar-se. Arriscar-se. Organizar-se. Morder a maçã. Mudar os móveis de lugar. Mudar de lugar. Melhorar a digestão. Levar o carro pra revisão. Esperar outro ônibus. Admirar a diferença. Estabelecer alguma igualdade. Sexualizar a política. Politizar a sexualidade. Reciclar lixo. Respirar. Provocar. Enfrentar-se. Expor-se. Cuidar-se. Rever certezas. Procurar clareza. Dizer a verdade. Mentir com classe. Respirar. Sair antes de casa para não correr na rua. Fazer xixi dentro da privada. Fazer xixi na beira da estrada. Afagar calcinhas penduradas nos banheiros. Afagar calcinhas penduradas nos corpos. Respirar. Fazer bolinho de chuva. Beber água potável. Usar a língua. Usar a imaginação. Sentir, buscar entender a natureza dos ciclos dos nossos estados de espírito. Desenhar. Pregar botões. Tocar os seios (razões médicas e eróticas são igualmente importantes). Respirar. Abrir, pegar, chacoalhar, beijar. Chupar picolé. Chupar pescoço. Chupar limão. Morrer de rir. Chorar com vontade. Confortar os aflitos.
Desconfortar os acomodados. Desavergonhar-se do que é humano. Criar seres vivos. Jamais gozar com o mérito alheio. Ter consciência dos próprios méritos. Ter noção das impossibilidades. Lembrar que o tempo passa e que há tempo para tudo.
Na Revista da Folha