segunda-feira, 29 de setembro de 2003

29 de setembro - dia do saco cheio

É chato perceber que às vezes meu estado de humor muda como o tempo em São Paulo.

Mais chato ainda perceber que eu continuo o perfeccionista de sempre, e igualmente intolerante com as minhas falhas e com o que os outros vão pensar de mim, ou da minha capacidade.

Mais chato ainda pensar que eu vou ter que fingir naturalidade enquanto examino o ser que baixou na enfermaria, e vou ter que disfarçar a vontade de explodir numa gargalhada quando eu perguntar:

"Você emagreceu nesses últimos três meses?"

E ele/ela responder:

"Não, doutor. Acho que não. Na verdade, acho que engordei, porque coloquei o silicone."
Simpático



Abaixo o Amor, com Renée Zellweger e Ewan McGregor

domingo, 28 de setembro de 2003



"Eu quero subir ao palco e me fragilizar.
Não quero parecer poderosa."

Vânia Abreu
Separadas ao Nascimento

Muita gente vai arrepiar ao ler isso.

Mas acho que a irmã-cantora da Daniela Mercury não é a Vânia Abreu.

É a Fernanda Porto!

sábado, 27 de setembro de 2003

Insight

Às vezes, meu maior defeito é a boa educação.

Maior Abandonado

Um projeto de blog que eu desisti: drblog.
Histórias de Um Plantão

4:00 da manhã

"Doutor, eu vim aqui porque meu nariz entupiu. E eu tomei um remédio. E aí li a bula e falava que podia dar taquicardia. E agora eu estou com taquicardia."

5:00 da manhã

"Doutor, eu vim aqui porque desde criança eu tenho problemas na garganta. E aí eu queria saber se dava pra dizer o que é isso?"

6:00 da manhã

Eu: "E essa dor que a senhora sente tem alguma relação com a alimentação?"
Ela: "Não, doutor, eu nunca tenho relação depois da alimentação!"
Ceumar



Acabo de chegar do show de Ceumar, no Centro Cultural São Paulo.

Ceumar é um talento bruto, avassalador. Chega a doer.

As possibilidades, os tons de sua voz cristalina chocam.

Devo ter passado, 90% do tempo de boca aberta.

Vez em quando, engolia em seco (ou molhado mesmo) a emoção de vê-la.

"Por amor ou euforia
Tudo de novo eu faria"
(Ceumar, Tata Fernandes e Chico César)


À propósito: entrevista com Ceumar no site Entrecantos.

terça-feira, 23 de setembro de 2003

Isso é teatro!



Comovente, densa e perturbadora.

Assim é a nova éça de Nanini - A Morte de Um Caixeiro Viajante.

A crítíca da Folha explica com mais propriedade:

Hirsch atinge maturidade com clássico de Miller

SERGIO SALVIA COELHO
CRÍTICO DA FOLHA

Com "A Morte de um Caixeiro Viajante", Felipe Hirsch supera a condição de "menino terrível" do teatro brasileiro. Seus recursos de encenador desta vez não chamam atenção para si, mas servem ao grande clássico moderno de Arthur Miller.
Ao narrar os últimos momentos de vida de Willy Loman, caixeiro viajante que descobre que sua vida foi um grande simulacro, Miller desmonta o sonho americano numa narrativa que mistura tempos e lugares, como se para demonstrar que o mito capitalista do trabalho levando ao sucesso não é necessariamente uma relação de causa e efeito, mas um círculo vicioso maníaco-depressivo.
O cenário de Daniela Thomas e a luz de Beto Bruel dão transparência a esse jogo, fazendo com que uma frase banal como "por que inventaram o queijo cremoso?" possa atrair enorme empatia, como nas peças de Tchekov.
Loman é Marco Nanini, que honra assim a tradição da personagem trágica ser feita por um ator cômico. Vence o desafio de sustentar as três horas do texto integral da peça com sua habitual inteligência e comedimento.
Os elogios a Nanini cabem com igual ênfase a Francisco Milani, o vizinho que "vence na vida" ao aceitar sua mediocridade. Juliana Carneiro da Cunha, a resignada mulher de Loman, atravessa a peça com discrição para deslumbrar no fim, dando novo sentido à noção de dama do teatro.
Guilherme Weber, o filho mais velho revoltado contra o pai, está livre da função de narrador que costuma assumir com Hirsch e pode finalmente mergulhar por inteiro no papel, amparado pelo "irmão" Gabriel Braga Nunes.
Ao contrário de "Temporada de Gripe", outra montagem de Hirsch em cartaz, o importante nessa encenação não é a excelência de seus recursos. O público sai transtornado pelo tema, pensando nas personagens e não nos atores, e convencido de que o teatro pode ser um instrumento de precisão para decifrar o mundo.

terça-feira, 16 de setembro de 2003

Inveja

"Detesto dormir, até porque vai chegar um dia em que dormiremos eternamente, então, durmo só quatro horas."

Elza Soares, na Revista E
Não recomendo

bolo de cenoura de caixinha Dona Benta

domingo, 14 de setembro de 2003

Maria Rita



Tinha uma certa frustração de não ter tido a oportunidade de acompanhar a carreira de Elis Regina e de só a ter descoberto quando ela já estava morta.

Por milagres que nem a genética explica, Maria Rita Mariano me pegou de surpresa com o lançamento de seu primeiro Cd e não há dúvida de que quando ele toca, Elis também está ali. Viva.
"Antes só do que mal acompanhado"

Entre residentes, é comum falar que tal colega é quebra-mão, quando a criatura é assim digamos "pouco afeita ao trabalho" e martiriza a vida de quem está ao seu lado.

Estou convivendo com o Sr. Imperador da República do Quebra-Mão.

Até fui checar se o Aurélio já registra esse verbete, mas não encontrei:

quebra-loiças
quebra-louças
quebra-luz
quebra-machado
quebra-mar
quebramento
quebra-molas
quebra-munheca
quebra-resguardo
quebras
quebra-urnas
quebrável
quebra-vento
quebra-verso


Aí só me restou esse:

preguiçoso (ô). [De preguiça + -oso.] Adj. 1. Que tem preguiça; mandrião. [Sin.: preguiceiro; preguicento (bras. e prov. lus.); encostado ao pé da imbaúba (bras. N.E.).] 2. Calmo, sereno. 3. Que revela ou sugere preguiça; próprio de preguiçoso (1): andar preguiçoso; movimentos preguiçosos. ~ V. cadeira -a. ? S. m. 4. Indivíduo preguiçoso; mandirão. [Sin. (bras. e prov. lus.): preguicento.]



A família Barreto precisa rever os roteiros que vem escolhendo nos últimos anos...

Esse "Caminho das Nuvens" é mais uma bola fora.

E muito fora.

Em "O Caminho das Nuvens" há uma espécie de apagamento. Se sobra alguma coisa, é uma mistificação do "povo simples", com seu otimismo pitoresco e sem razão.

sábado, 13 de setembro de 2003

Adoro quando como hoje (um frio sábado) meus pacientes se comportam impecavelmente.
Opções, frio & preguiça

Hirsch volta ao Sesi com texto inédito
Jefferson Alves de Lima

O diretor Felipe Hirsch retorna ao teatro do Sesi com "Temporada de Gripe", texto do norte-americano Will Eno, que estreou em abril em Londres.
Palco para as concorridas "A Vida É Cheia de Som e Fúria" (00) e "Nostalgia" (01), o teatro da avenida Paulista recebe agora a encenação do diretor numa trama que alia metalinguagem a uma história de amor desenrolada numa clínica psiquiátrica.
Sem projeções em vídeo nem trilha sonora, marcas das peças anteriores, "Temporada de Gripe" avança na procura do encenador por uma montagem "arrebatadora". O ponto de partida é a linguagem fragmentada dos textos de Edward Albee e Samuel Becket buscada por Eno.
O casal de pacientes Homem (Joelson Medeiros) e Mulher (Maureen Miranda) são estimulados a iniciar um romance por Médico (Roney Facchini) e Enfermeira (Maria Alice Vergueiro). O poder de criar e conduzir a situação fica a cargo de Prólogo (Leonardo Medeiros) e Epílogo (Lavínia Pannunzio), numa espécie de intervenção personificada do autor. Em diálogos estilhaçados, os seis vão recriando suas próprias histórias a partir dos avanços do outro.

TEMPORADA DE GRIPE www.sesi sp.org.br. - Centro Cultural Fiesp - teatro popular do Sesi (av. Paulista, 1.313, Bela Vista, região central, tel. 3146-7405). 460 lugares. Sex. a dom.: 18h. Até 7/12. 90 min. Retirar ingr. c/ 30 min. de antecedência. Acesso a deficientes Ar-Condicionado


WANDI DORATIOTTO O cantor e compositor faz show de lançamento do disco "Pronto!", em que mostra sambas, blues, e outros estilos, com letras bem-humoradas como "A Tua Cara" e "Cão à Toa". 90 min.www.itaucultural.org.br. Itaú Cultural - sala Itaú Cultural (av. Paulista, 149, Bela Vista, região central, tel. 3268-1777). 270 lugares. 19h30. Estac. (R$ 7 a 1ª h e R$ 1 p/ h adicional). Retirar ingr. a partir das 18h. Acesso a deficientes Ar-Condicionado


quinta-feira, 11 de setembro de 2003

Expedito

Taí uma coisa que me incomoda: burrice.

Hoja tava vendo o Sem Censura, e a Leda Nagle estava entrevistando uma criatura que se apresentava como ator.

Mas na verdade, no currículo de André Segatti só existe o fato de ter sido ex-de Danielle Winnitz e ex-galã do programa do Didi, nobre função que também já foi desempenhada por Conrado, Marcelo Augusto e até Bambam.

Pois não é que a criatura agora acha que faz teatro.

E arrotava arrogância.

Como se fosse o expert no assunto (teatro), porque tá fazendo uma daquelas comédias aguadas.

Até que a Leda perguntou o enredo da peça.

E aí ele começou a contar a peça. Mas contou o enredo todo. Até o final.

Tadinho.

Não avisaram pra ele que quando perguntarem sobre o enredo, não precisa contar até o fim...

terça-feira, 9 de setembro de 2003

Frase do dia

"Doutor, médico é igual padre, né?"

Esposa de um paciente antes de detonar uma bomba daquelas


(...) prédio do MAM será implodido

segunda-feira, 8 de setembro de 2003

só quero saber onde estava com a cabeça quando aceitei discutir os aminoglicosídeos amanhã...


>Goosfraba
Pergunta!

Como colocar figuras no blog agora que o Kitnet e o Sapo estão reduzindo drasticamente o tamanho da hospedagem?
"Ninguém merece!
Nem a vó da Salete!"

terça-feira, 2 de setembro de 2003